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Manifesto de Entidades Brasileiras de Psicanálise

Ano de publicação: 2001

Há cerca de noventa anos a formação de psicanalistas está baseada em três atividades complementares e indissociáveis entre si: a análise pessoal, os cursos teóricos e a supervisão dos casos clínicos.​

Esta tríade configura a formação como um ofício, e o psicanalista aprende e ganha qualificação em oficinas – os institutos de formação – onde, artesanalmente, no contato com outros analistas, desenvolve sua análise pessoal, realiza seus seminários para o aprendizado teórico e técnico e tem o seu trabalho supervisionado.​

A formação de cada psicanalista é um processo permanente, que se amplia no seu diálogo com os textos clássicos e com os produzidos por outros analistas, confrontados com a sua experiência pessoal na relação com seus analisandos, mesmo quando já está qualificado como psicanalista. Esta qualificação, portanto, não se ajusta aos modelos que podem sofrer algum tipo de certificação por instituições de ensino ou órgãos reguladores públicos; se existe um indicador, ele será, certamente, o de qual é a instituição que forma, quem são seus componentes, que padrões são seguidos.​

Gradualmente este campo se expandiu e surgiram instituições que se propõem a formar analistas, com variações nos requisitos e na modelagem do processo de formação, mas mantendo os princípios gerais como estabelecidos no início do século passado e ampliando a parcela dos analistas, filiados a várias outras escolas, que se dedicam ao estudo e à prática da psicanálise.​

Ao longo dos anos este campo estabeleceu e mantém suas tradições, com uma prática onde se preserva o patrimônio da psicanálise e onde se organiza um campo de assistência, representado pelo tratamento às pessoas que nos procuram. As instituições psicanalíticas têm a responsabilidade social de formar psicanalistas competentes, conferir-lhes autonomia para o exercício de sua função, responsabilizando-os quanto à ética de seus atos.​

Por estes motivos, a psicanálise não é regulamentada como profissão no Brasil e em nenhum outro país. Mesmo entre os psicanalistas existem muitas controvérsias e discussões, embasadas no processo de formação e na natureza do exercício da prática clínica, sobre as possibilidades de sua regulamentação.​

Nos últimos cinqüenta anos várias tentativas, geralmente apresentadas por parlamentares, têm sido feitas para alcançar uma regulamentação que, à primeira vista, protegeria os psicanalistas e a população que recorre ao tratamento psicanalítico. Todas foram rejeitadas pela comunidade psicanalítica brasileira, ou por não atenderem às especificidades intrínsecas à psicanálise ou porque representavam somente interesses particulares de grupos e não visavam ao bem-estar da população.​

No momento está na ordem do dia mais uma destas tentativas: o projeto de lei nº 3.944 de 13 de dezembro de 2000, de autoria do deputado Eber Silva, do Rio de Janeiro.​

Este projeto é, no seu todo, inaproveitável. Parte de premissas absolutamente equivocadas e estipula procedimentos incompatíveis com a essência do ofício e da formação de seus praticantes, abrindo mão do que consideramos o passo inicial de qualquer tentativa séria de abordar esta questão – ouvir a comunidade brasileira de psicanalistas, através das Sociedades e Entidades que os formam e representam. A psicanálise exercida no Brasil desfruta de um reconhecimento, no país e no exterior, conquistado pela seriedade com que preserva e transmite o patrimônio legado por Freud.​

Os psicanalistas não reclamam nenhuma regulamentação do Estado. A psicanálise progride há mais de um século graças a princípios e métodos rigorosos e um corpo teórico que tem a proposta de Sigmund Freud como fundamento.​

Aqui estão as principais entidades representativas que formam este campo e que assumem plenamente o compromisso com a sociedade e com a população, buscando proteger o que sabemos ser o importante e essencial para todos nós – a presença efetiva da psicanálise no Brasil:​

Associação Brasileira de Psicanálise

Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro

Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro

Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre

Sociedade Psicanalítica do Recife

Sociedade Psicanalítica de Pelotas

Sociedade de Psicanálise de Brasília

Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre

Grupo de Estudos Psicanalíticos de Ribeirão Preto

Grupo de Estudos Psicanalíticos de Mato Grosso do Sul

Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte

Núcleo Psicanalítico de Marilia e Região

Núcleo Psicanalítico de Natal

Núcleo Psicanalítico de Fortaleza

Núcleo Psicanalítico de Maceió

Núcleo Psicanalítico de Vitória

Círculo Brasileiro de Psicanálise

Círculo Psicanalítico da Bahia

Círculo Psicanalítico de Pernambuco

Círculo Psicanalítico do Rio Grande do Sul

Círculo Psicanalítico de Sergipe

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais

Círculo Brasileiro de Psicanálise – Seção Rio de Janeiro

Grupo de Estudos Psicanalíticos – MG

Instituto de Estudos Psicanalíticos – MG

Sociedade Psicanalítica da Paraíba

Departamento Formação em Psicanálise, Instituto Sedes Sapientiae – SP

Departamento de Psicanálise, Instituto Sedes Sapientiae – SP

Departamento de Psicanálise da Criança, Instituto Sedes Sapientiae – SP

Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro

Sociedade de Psicanálise da Cidade do Rio de Janeiro

Escola Brasileira de Psicanálise – Escola do Campo Freudiano

Escola Letra Freudiana

Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle

Corpo Freudiano do Rio de Janeiro – Escola de Psicanálise

Práxis Lacaniana / Formação em Escola

Laço Analítico Escola de Psicanálise (Rio-RJ / Varginha-MG / Cuiabá – MT)

Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Associação Fóruns do Campo Lacaniano

Escola Lacaniana de Psicanálise – RJ

Escola Lacaniana de Psicanálise de Brasília

Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória

Percurso Psicanalítico de Brasília

Intersecção Psicanalítica do Brasil

Associação de Psicanálise de Brasília

Movimento Psicanalítico D’Escola (ES)

Traço Freudiano Veredas Lacanianas (PE)

Maiêutica Florianópolis – Instituição Psicanalítica

Centro de Estudos Freudianos do Recife

Reuniões Psicanalíticas (SP)

Associação Psicanalítica de Curitiba

Formação Freudiana – RJ

Aleph Psicanálise Transmissão

Espaço Moebius Psicanálise – BA

Escola Lacaniana da Bahia

Formações Clínicas do Campo Lacaniano – RJ

Escola de Psicanálise de Campinas

Movimento Psicanalítico Cuiabano – MT

Associação Psicanalítica de Porto Alegre

Recorte de Psicanálise – Porto Alegre

EPA – Espaço Psicanalítico

Núcleo de Estudos Sigmund Freud – RS

Associação Psicanalítica de Nova Friburgo

Colégio de Psicanálise da Bahia

Tempo Freudiano – Associação Psicanalítica

Como o Manifesto é das entidades brasileiras de psicanálise, as entidades abaixo o subscrevem como apoios:

Conselho Federal de Psicologia

Conselho Federal de Medicina

Associação Brasileira de Psiquiatria

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Psicanálise e Ciências Humanas da Universidade Federal de Sergipe

Laboratório de Psicopatologia Fundamental do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

Rede Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental

Departamento de Psicodinâmica: Intervenção Institucional e Clínica de Adultos do Instituto Sedes Sapientiae – SP

Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ

Departamento de Psicanálise e Psicopatologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Centro de Estudos em Psicoterapia, de Florianópolis-SC

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